Céu Nublado -> Capítulo 4

Clique em Ler Mais se estiver na página principal do blog.
============================================================================================== …

Uma cela, foi em uma cela onde Katori acordara depois da luta do outro dia.
Ele de estava de fato preso, na cadeia do seu Batalhão de Infantaria. O que não o desespera muito, afinal, uma cadeia de quartel perto de uma cadeia de verdade é infinitamente melhor. Lá ele tinha um quarto só pra ele, comida boa e uma cama limpa. Uma farda nova estava colocada ao lado da cama. Ele tira sua farda manchada de sangue – o indesejável sangue de sua família – e põe a nova.

Maicon foi visitá-lo.
Maicon simplesmente era o melhor amigo de Katori. Desde pequenos. Cresceram juntos, estudaram juntos, entraram para o exército juntos e, guerrearam juntos.

Enquanto Maicon contava as novidades, Katori nada falava. Na realidade, desde o dia em que Katori viu um amigo morrer na guerra ao seu lado, sem que ele nada pudesse fazer, que ele não diz uma palavra. Maicon sabia disso, e respeitava a decisão de Katori.

– Katori, não se preocupe, eu vou convencê-los a te tirar daqui. – diz Maicon, e então se retira.

Katori no entanto parecia conformado com seu destino. Era fato que ele era um assassino, mesmo sem intenção. Aquele era até uma condição boa para ele.

Enquanto isso nos canais de televisões, internet e rádios, o assunto da luta é destaque.
Mesmo sem saberem direito o que aconteceu, pois ocorrera dentro do quartel, havia alguns vídeos amadores feitos por civís que na rua passavam e enxergavam as luzes feita pela luta.
Luzes estranhas apareciam dentro de um quartel importante para o país, seria fabricação de alguma espécie de bomba de destruição em massa?

Essa, ao lado da notícia de o céu começar a ficar alaranjado por volta de umas três horas antes do comum para o por do sol, eram as notícias destaques dos noticiários.

Katori estava preso, e os outros três militares que se transformaram em monstros estavam literalmente presos à camas no posto médico do quartel. Junto a eles estavam alguns cientistas de nome, convocados secretamente pela força militar. Estavam analisando o que tinha acontecido com aqueles jovens, tirando amostras de pele, sangue, cabelo…

Um cientista então começa a analisar a amostra de sangue. Ele põe a amostra em um microscópio eletrônico e faz as preparações necessárias.
Ele olha a amostra por alguns segundos e se assusta:
– Mas o que diab-

Os três monstros retomam a consciência, para desespero de quem estava ali presente, e inevitavelmente destroem todo o posto médico, com todo mundo dentro.
Então se dirigem ao centro do quartel, onde temos uma cena quase igual à anterior, em que eles começam a destruir tudo o que enxergam e a matar todos que passam.

O plano de defesa do aquartelamento fora ativado novamente, porém dessa vez os soldados sabiamente já se posicionaram em locais protegidos, com uma boa visão de tiro. Porém os monstros já sabiam disso, e atacaram mesmo assim.

Cada um foi para um canto, de uma forma que os soldados não conseguissem um poder de fogo efetivo contra cada um deles. A matança continuava.

Dessa vez os soldados estavam a comando de Maicon, que estava de serviço como sargento da guarda – fora promovido a sargento durante a guerra, devido a sua voz de comando efetiva quando necessário e à sua excelente mira. Ele imediatamente ordenou que recuassem até uma barricada de bolsas que haviam sido armadas depois da situação do outro dia.

Katori ouve os gritos do amigo de dentro da cela, e percebe o que estava acontecendo. Sem pensar duas vezes, materializa sua katana e corta as barras de ferro da porta da prisão, escapando para fora.
Chegou em um momento em que os monstros estavam quase derrubando a barricada, e começa a atacá-los.

Seus movimentos eram mais rápidos do que no dia anterior, cada movimento com sua katana deixava um belo rastro de luz azul,era praticamente um espetáculo de luzes. Porém, dessa vez eram os três monstros ao mesmo tempo contra ele.
A cada golpe desferido, ele recebia dois em troca. A situação estava muito feia.

Em um certo momento, ao errar um golpe, o monstro atrás dele o pega pela gola da farda e taca-o contra uma parede. A parede se despedaça a partir do ponto em que Katori atinge, mas antes que os cacos caiam, um dos monstros acerta um chute em sua barriga, o jogando fortemente contra o chão. Após isso, os três o cercam e começam a bater sem parar nele, sem que ele pudesse se defender.

Então o monstro do machado levanta sua ferramenta para o alto. Ele iria desferir o golpe fatal.

– NÃÃÃÃOOOOOOO!!!
Ao testemunhar o que seria o golpe da morte de seu amigo de infância, Maicon dispara continuamente com seu fuzil contra as mãos que seguravam o machado. Sua mira era impecável, e acabou fazendo o monstro derrubar o machado antes de finalizar Katori.

Os três monstros olham para trás e enxergam Maicon, fora da barricada. Antes que pudesse fugir, eles capturam-no e começam.
Dezenas de chutes, socos que quebrariam uma pedra, um braço e uma perna cortados. Maicon estava quase morrendo, mas ainda lhe restava um restinho de consciência.

Katori assistia desesperadamente a cena. Tentava se levantar do chão, mas seu corpo estava tão fudido quanto o de seu amigo, apesar de ainda estar inteiro. O estado de pavor e ódio aumentava a cada golpe que seu amigo recebia.

Então, antes que Maicon ficasse inconsciente e morresse, os monstros o jogaram contra Katori.

Com o impacto seus corpos foram jogados contra uma parede que ainda estava em pé. Katori fica de um jeito como se estivesse sentado no chão, e Maicon para em seu colo.

Ele olha para cara toda quebrada do amigo, que tinha um sorriso no rosto.

Maicon sussurra alguma coisa para Katori, e então morre.

Os olhos de Katori, em uma fração de segundos, foi capaz de demonstrar tudo o que estava sentindo naquele momento. Tristeza, desespero, medo, sensação de impotência e ódio, muito ódio.

Seu olhar fica muito intenso, suas pálpebras abriram o máximo possível, e suas pupilas ficaram tão pequenas que quase sumiram dos globos oculares…
Seu olhar estava muito intenso, intenso, intenso, intenso.

E então explode em ira.
Ele solta um grito de raiva tão forte, mas tão forte, que podia ser ouvido a quilômetros de distância. Seu corpo de repente começou a liberar o que poderia ser descrito como um jato de energia – uma luz azul muito forte em forma cilíndrica que se perdia na imensidão do céu.

Aqueles caras, aqueles monstros…
Eles tinham que pagar pelo que fizeram.
Pelo que fizeram com todos.
Pelo que fizeram com seu melhor amigo.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *